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A Receita do Nhoque? Bom, Essa Eu Não Dou Nem Sob Tortura!

A história de amor de muitas pessoas com a cozinha começa na infância, vendo avós e mães cozinharem, reunindo a família em volta do fogão e se dedicando para agradar a todos pelo estômago. A minha não é diferente. Me lembro muito bem quando era criança em que era sagrado o almoço na casa da vó todo domingo. Era dia de brincar com os primos, mas, antes de tudo, era a oportunidade que eu tinha de ficar ao lado da minha vó, vendo ela fazer comida para um batalhão de gente.

Dentre todas as lembranças, a mais forte delas é quando revejo em minha memória todo cuidado e carinho da minha avó no preparo de uma deliciosa receita de nhoque de família, que vem desde as nossas antigas gerações na região da Bolonha, na Itália. Imagine só, uma senhora preparando artesanalmente toda a massa pra quase 40 pessoas, amassando, esticando e enrolando, pra depois cortar um a um os cubinhos do nhoque e ainda finalizar cada um deles com uma leve passada no garfo. “É pro molho aderir melhor”, foi o que explicou minha vó quando tive coragem de perguntar o motivo de usar o garfo.

Detalhe que na época eu nem sabia o que era aderir. Eu sabia mesmo é que era meu prato favorito e isso que importava. O molho de tomate era tão simples, mas tão bom, que era difícil imaginar aquele nhoque de outra forma. Pra finalizar, manjericão fresco, tirado na hora de servir da horta que ficava no fundo do quintal.

O mais interessante disso tudo é que a internet traz muitas opções de receitas, escritas e em vídeo, mas o mais gostoso é poder folhear o caderno de receitas da família, que fica na segunda gaveta do armário da cozinha, ao lado do fogão.

Guilherme Girão
Belo Horizonte – MG